terça-feira, 5 de abril de 2011

D'Oxum.


A menina de Oxum
Navega nas águas calmas do teu leito, mãe.
Cada filho parido é solto num correr riacho
Entre pedras e gotas saltitantes.
Queda dágua, que dá asas á menina.
Completa
Mente
Solta...
Ela tem os quadris dançantes.
Petulantes olhos hábeis.
Frágeis e tocantes
Seus encantes...
Feminina, menina de Oxum.
Dança de criança
Lança de aço , fita de laço.
Orvalhada lágrima
Na pétala de flor.
Fecunda o mundo
Inunda a vida de água doce.
Sábia ingenuidade
Astuta mulher em milhares.
Esperta aos olhares.
Faz cortina de véus de sonhos.
Caída a chuva fina
A menina molhada de Oxum
N’água língua transparente
Jangada lambe o manto.
Nua a menina de Oxum.
Passeia pelo mato.
Guarda os segredos sedutores.
Fonte divinal exangue.
A menina de Oxum acalanta o trovão,
Amante da beleza, do vento e
Da prenhês de teu ventre.
Debaixo da sua saia
Sua sanha voraz.
Não caia
Não traia a menina de oxum.
Menina e própria mãe.
Sofre em seu interior.
Chorosa e vingativa
Serpenteando o algoz.
Envenena o doce
Prazer do traidor.
E deixa que as águas o levem.
Lavado na alma.
Aprendiz de coisa alguma!
Aiê menina
Iê ieu mamãe
Toda menina é de oxum!